Sobre as mudanças em relação ao fazer artístico desde a Revolução Industrial

 Acredito que os panoramas de subjetividade para profissionais de criação, sejam artistas ou designers, têm migrado nas últimas décadas de um tecnicismo pragmático para formas mais intuitivas de concepção estética. No nosso entendimento, as construções simbólicas para o século XXI (Arte, Design, Moda, Figurino) estão cada vez ligadas à ancestralidade, porém não desejam de forma alguma perder em tecnologia, funcionalidade ou mensagem. Explicando: Tudo hoje em dia tem um pouco de retrô e é certo que na história da Arte uma escola sempre nega ou apóia outra, mas nem as tão comentadas vanguardas européias e seus ecos, que até meados do anos 70 negavam o passado e viam como ideal de arte a máquina, a cidade, a automação, conseguiram chegar até nós sem liquidificar valores de antes da “arte moderna”.
Os irmãos Campana são expoentes dessa dicotomia entre resgate e criação, são designers de mobiliário que utilizam materiais com carga simbólica de “passado” evidente como madeira e lã, mas que assombram por seu design altamente contemporâneo, além dos Campana podemos citar ainda os azulejos tecno-barrocos da artista mineira Adriana Varejão, afinal os dois transcendem um “criar” pós-moderno e por que não dizer, digital.


(texto apresentado durante a pós-graduação em artes visuais: cultura e criação,Senac)